Sobre as curas à distância
Para curar uma pessoa à distância, utilizando-nos da força mental, procederemos assim: sentados em relaxamento muscular, numa hora em que sabemos que o paciente repousa ou dorme, visualizemos sua figura à nossa frente, e sobre essa figura mental (que pode ser mais bem focalizada se tivermos dela uma fotografia) apliquemos passes, lancemos as irradiações benéficas e digamos palavras construtivas, a respeito do que é necessário que faça para curar-se de uma doença, de um vício etc.
Indispensável para o bom êxito que as imagens mentais e os processos de cura e as palavras sejam todas nítidas, e que nenhum engano seja cometido, para que não assumamos involuntariamente o carma dessa pessoa, e para que não interfiramos em seu livre-arbítrio, impondo-lhe nossa vontade contra a sua: o choque de retorno poderá trazer a nós o reverso do que queríamos impor-lhe; ou então, pior ainda, corremos o perigo de fazer a pessoa piorar; por nossa incompetência podemos fazer que sua doença ou seu vício, que residem no plano físico ou no astral, subam de plano e se transfiram aos veículos superiores.
Consideremos: a doença física, de modo geral, vem do mental e é libertada através do físico. Por isso é quase sempre mais proveitoso para a vítima, deixar que a doença (que é simples “evacuação” de fluidos pesados) siga seu curso normal e a purifique. Se nesse processo intervém um curador mental canhestro, sem capacidade real, e interfere no processo natural de liberação, pode ocorrer que haja um atraso e um retorno dos fluidos ao plano mental, piorando ao invés de obter a melhora, almejada.
Daí a necessidade de SABER agir e de não ter pretensões descabidas a respeito do próprio valor, fazendo as coisas “por ouvir dizer”. Se somos conscientes, limitar-nos-emos a orar “para que se cumpra a vontade de Deus imanente dentro dessa pessoa” pois Ele sabe, melhor do que nós, aquilo de que essa pessoa necessita para sua evolução. Por isso, é sempre melhor usar, no tratamento das enfermidades, os tratamentos físicos usuais: chamar um médico e dar remédios, orar e dar passes, sem entrar na magia mental, bastante perigosa para ambas as partes.
No entanto, o processo de cura mental pode ser utilizado com muito êxito para os desencarnados, como ocorre nas sessões mediúnicas.
Mas muito cuidado é necessário para não obsidiar o espírito, impedindo-lhe a evolução e impondo-lhe o que pensamos ser melhor para ele! Limitemo-nos, pois, a ORAR em beneficio de encarnados e desencarnados, até atingirmos evolução capaz de VER e PERCEBER espiritualmente.
Por isso, os dirigentes religiosos das massas populares utilizam meios eficazes e sem perigo, como no catolicismo as “missas”, no hinduísmo o “shrâddha”, no espiritismo as “sessões de caridade”, e em todas as religiões, as orações pelos “mortos”.
Do livro “Técnica da Mediunidade” - Carlos Torres Pastorino
OBS.: O livro acima não é mais publicado, estando disponível para download no site 'Autores Espíritas Clássicos'. Para acessar: CLIQUE AQUI.