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Abordaremos aqui temas especialmente relacionados ao 'Magnetismo Animal', suas aplicações aos métodos de cura e sua ligação com a Doutrina Espírita, entre outros temas afins.

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O Magnetismo Animal e o Espiritismo


MAGNETISMO ANIMAL E ESPIRITISMO SÃO CIÊNCIAS IRMÃS



É de lamentar que a ciência do Magnetismo Animal esteja praticamente esquecida. O movimento espírita brasileiro guarda apenas resquícios de suas teorias e práticas.


Foi Allan Kardec quem ressaltou a sua importância, denominando o Magnetismo Animal como ciência irmã do Espiritismo. Em O Livro dos Espíritos, questão 555, o codificador esclareceu:



“O Espiritismo e o Magnetismo (Animal) nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas, em que os fatos se apresentam exagerados pela imaginação.



O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer, formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas, constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que não passa de ridícula crendice”.



No pouco que tratam do magnetismo animal, as enciclopédias, livros de medicina e psicologia atuais são tendenciosos e superficiais. Concentra-se em demonstrar Mesmer como uma figura caricata, dotada de uma personalidade mística e exibicionista. A versão é repetidamente reproduzida de um livro a outro. As descrições de seus métodos, invariavelmente levam a crer num comportamento burlesco destituído de ética científica e moral. Toda essa campanha difamatória induz o leitor a imaginar que o tema não é merecedor de maior atenção.



Kardec pesquisou o Magnetismo por 35 anos



Alguns adversários contumazes do Espiritismo fazem uso da imagem caluniada de Mesmer para atacar Allan Kardec. Afinal, o codificador estudou por 35 anos a ciência do Magnetismo Animal e todos os seus fenômenos. Por que razão um emérito pesquisador dedicaria tanto tempo de sua vida aos estudos de um pretenso charlatão? Uma investigação cuidadosa dessa ciência é fundamental para não deixar dúvidas.



Frans Anton Mesmer percebeu a grande importância do fluido vital na recuperação e manutenção da saúde:



Existe na Natureza um princípio agindo universalmente, independente de nós, e que opera o que nós atribuímos vagamente à Medicina e à Natureza. (...) Tenho submetido minhas idéias à experiência durante doze anos, os quais tenho consagrado às observações as mais exatas sobre todos os gêneros de doenças. E tenho tido a satisfação de ver as máximas que havia pressentido se comprovarem constantemente.” (MESMER, 1779).



Surgia a oportunidade de revolucionar a medicina. Um passo fundamental na história da humanidade. “A grande questão de que trato não é nem individual nem nacional: é universal. É à humanidade inteira e não apenas a Paris, à França, ou à Alemanha, que devo dar conta de meus esforços para fazer prosperar a consciente verdade que eu prometo. É a todos os povos do mundo que devo dirigir a palavra.” (MESMER, 1781).



Mas a sua missão não encontrou um caminho suave. A classe médica e científica de sua época, arraigada no materialismo, não só rejeitou como também perseguiu e caluniou o doutor Mesmer e suas descobertas. Muitos agiram por questões pessoais. Certamente tinham medo de perder poder, prestígio, e principalmente a preciosa remuneração dos enfermos abastados.




Perseguição feroz e injusta



As acusações feitas ao Magnetismo Animal, na maioria das vezes, deixavam evidente a má intenção. Em seu tempo Mesmer denunciou:




As primeiras curas obtidas de algumas doenças consideradas incuráveis pela medicina suscitaram inveja e produziram mesmo ingratidão, que se somaram para ampliar as prevenções contra meu método de cura. De sorte que muitos sábios uniram-se para fazer cair senão no esquecimento, pelo menos no desprezo, as aberturas que realizei neste campo: divulgou-se por toda parte como impostura.



Na França, nação mais esclarecida e menos indiferente aos novos conhecimentos, não deixei de amargar contrariedades de toda espécie, e perseguições que meus compatriotas me haviam preparado há tempos, mas que, longe de me desencorajar, redobraram meus esforços para o triunfo das verdades que acho essenciais à felicidade dos homens.” (MESMER, 1799).



Jamais os contratempos desencorajaram Mesmer. Ele estava preparado para estar à frente das descobertas. Foi um homem obstinado, médico sábio e filósofo. Trocou uma vida que poderia ter sido calma e honrada, pela defesa determinada de sua descoberta, considerando-a uma questão humanitária. É uma ironia o fato de Mesmer ter sofrido acusações de estar apenas em busca de fortuna e prestígio, se, antes de tudo, suas posses eram suficientes para mantê-lo confortavelmente por toda sua vida.



E o seu prestígio, por sua vez, conquistado por uma brilhante carreira na medicina e na cultura em geral, foi completamente abalada depois que se dedicou ao magnetismo. Um caso constrangedor na casa de Mesmer. Diante das curas evidentes proporcionadas pelo mesmerismo ocorriam as mais diversas reações. Espanto e êxtase eram os mais comuns. Para alguns médicos, porém, a reação era de inveja e ambição. Casos constrangedores foram relatados por Mesmer em suas obras. Vejamos um deles:



Em Paris, Mesmer recebeu numa noite um grupo de médicos interessados na novidade anunciada em todos os cantos da cidade. Foram recebidos com dedicação. O doutor Mesmer era um grande anfitrião. Alguns doentes foram chamados especialmente para a ocasião. Num salão apropriado, todos foram acomodados. Uma dúzia de médicos formava o grupo.



Quando estavam para iniciar os experimentos, inesperadamente um dos médicos começou a atrair a atenção dos presentes. Advertia para o risco profissional de estarem ali. Segundo ele, estavam colocando em perigo suas reputações quando entraram naquela casa. – “As academias não vão ver com bons olhos sua ligação com assuntos tão duvidosos!” – Dizia o médico.



A situação ficou constrangedora. Os médicos discutiam em pequenos grupos. Alguns deixaram a casa, alegando compromissos. Outros lamentaram o adiantar da hora. Por fim, a demonstração dos extraordinários fenômenos ficou comprometida.



Enquanto os últimos assustados doutores deixavam a residência, o médico que havia feito o escandaloso alerta pediu a Mesmer uma conversa privativa. Dirigiram-se ao escritório particular do anfitrião. Olhando para os lados para garantir que ninguém os ouvia, o médico fez a sua proposta: - “Tenho um ótimo ponto em Paris. Seria uma grande vantagem fazer uma sociedade comigo. Poderíamos ter uma clínica bastante lucrativa. O que acha?”



Mesmer apontou a porta de saída, indicando polidamente a evidente recusa. Em verdade, ficou indignado com a absurda proposta. Esse médico interesseiro, no entanto, pelo menos foi explícito em seus propósitos. Muitos outros se esconderam no anonimato para atacar o Magnetismo Animal por trás das academias, arbítrios do poder, difamação e calúnia.



O que é preciso para ser um crítico sério


Um crítico justo e coerente do mesmerismo tem o dever de agir com seriedade e rigorosidade metódica, tudo estudando antes de considerar-se em condições de elaborar conclusões. Basta lembrar as recomendações, carregadas do peculiar bom-senso de Allan Kardec: “Só se pode considerar como crítico sério aquele que houvesse tudo visto, tudo estudado, com a paciência e a perseverança de um observador consciencioso; que soubesse sobre esse assunto tanto quanto o mais esclarecido adepto; que não tivesse extraído seus conhecimentos dos romances das ciências; a quem não poderia opor nenhum fato do seu desconhecimento, nenhum argumento que ele não tivesse meditado; que refutasse, não por negações, mas por meio de outros argumentos mais peremptórios; que pudesse, enfim, atribuir uma causa mais lógica aos fatos averiguados”. (KARDEC, 1860, p. 271)



Para compreender o magnetismo animal é preciso estudar, com paciência e perseverança, todos os seus fatos. Mas também mergulhar nas obras de Mesmer para conhecer seus argumentos, o desenvolvimento de suas idéias, as descrições de suas descobertas, os verdadeiros fatos por ele relatados.



O resgate dessa ciência pode auxiliar a compreensão do Espiritismo. E também oferecer subsídios para que o materialismo abandone a medicina. Só então a humanidade ganhará esperanças de encontrar a saúde integral para todos.



Paulo Henrique de Figueiredo - Jornal Espírita, Março/2005.



Bibliografia:



  • KARDEC, Allan. [1857]. O Livro dos Espíritos. São Paulo: Lake, 1998.
  • KARDEC, Allan. 1960. Revista Espírita, jornal de estudos psicológicos. Sobradinho, DF: Edicel.
  • MESMER, Frans Anton. 1779. Mémoire sur Ia découverte du magnétisme animal par F. A. Mesmer. Geneva e Paris: Pamphlet.
  • MESMER, Frans Anton. 1781. Précis historique desfaiís relatifs au magnétisme animal jusqu 'en avril 1781. London e Paris: Pamphlet.
  • MESMER, Frans Anton. 1799. Mémoires de F. A. Mesmer, docteur en medicine, sursesdécouvertes. Paris: Suchs.
  • MESMER, Frans Anton. 1814. Organizado por Von K. C. Wolfart.
  • Mesmerismus odersysteme der wechsehvirkungen: theorie und anwendung dês thierischen magnetismus ais die allgemeine heilkunde zur erhaltung dês menschen. Berlin: Nikolaische Buchhandlung.



Retirado do site Comunidade Espírita


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