Alimentos, metais e objetos diversos magnetizados
Não existem, propriamente falando, corpos inertes na natureza; todos os corpos são, antes de tudo, condensadores de movimento, e é sob este aspecto que eles são influenciáveis pelas nossas radiações.
Os corpos magnetizados auxiliam admiravelmente num tratamento os efeitos da magnetização direta: são excelentes intermediários. Magnetizam-se corpos de qualquer natureza, a fim de empregá-los como acessórios: a água, os tecidos, a madeira, os metais, a cera, o vidro são igualmente bons condensadores das correntes.
Qualquer objeto pode ser magnetizado e armazenar os eflúvios magnéticos, a fim de servir de intermédio às magnetizações indiretas; empregam-se para isso tecidos, alimentos, metais etc.
Magnetiza-se um lenço, um pedaço de flanela, um retalho de algodão, soprando quente sobre eles e conservando o tecido desdobrado na mão esquerda, enquanto com a mão direita se fazem passes ou apresentam-se os dedos em ponta.
Quando os doentes manifestam repugnância por certos pratos ou bebidas que lhes poderiam ser úteis, ou porque o estômago esteja preguiçoso e degira mal, magnetizam-se todos os alimentos a fim de facilitar-lhes a ingestão e digestão. Para magnetizar os alimentos sólidos, apresentam-se os cinco dedos reunidos em ponta alguns centímetros acima do vaso que os contêm, e termina-se a operação por alguns passes.
Quanto aos objetos metálicos, ainda que bons condensadores, não podem ser de uso corrente como a água, o vidro, e os panos; por isso que, possuindo propriedades especiais, por si mesmos influenciam mui diversamente o organismo em razão das idiossincrasias e dos temperamentos.
O Som
Toda a emissão de som favorece a ação magnética, com a condição, que os sons sejam harmônicos e não venham surpreender com um ruído dissonante de um choque.
O vento, o farfalhar das folhas, o murmúrio dum regato, a queda duma cascata ou de um repuxo, auxiliam a ação magnética e concorrem para o sono magnético, se o doente for predisposto a isso. (Mesmer, Aph. 164)
A música, principalmente quando melodiosa e suave, tem uma influência enorme sobre os nervos, produz muitas vezes crises úteis e o êxtase; a sua potência expansiva pode, em certos casos, ajudar a resolver favoravelmente os mais graves estados críticos.
Vidro magnetizado
Depois da água, é o vidro o corpo que melhor se magnetiza e que melhor pode preencher o papel de intermediário entre o magnetizador e o doente.
O vidro parece possuir propriedades inteiramente especiais de condensação, e, de todos os corpos inertes, é ele que atua magneticamente sobre o organismo com maior intensidade.
Quando se quer concentrar as correntes e atuar com mais atividade sobre um órgão afetado, magnetizam-se campânulas, placas ou bocais de vidro para cobrirem a parte doente. Nas moléstias de olhos, magnetizam-se os vidros das lunetas ou os óculos.
Grande número de magnetizadores entre os quais o Sr. de Puységur, o Dr. Roulier, Aubin Gauthier, preconizaram o emprego de medalhões de vidro, que eles magnetizavam e faziam trazer suspensos numa fita ao pescoço dos doentes. A aplicação dessas placas de vidro sobre o estômago e sobre o coração era para eles de um grande auxílio a fim de acalmarem as dores, as palpitações e desfazerem obstruções. Haviam notado que o vidro magnetizado prende-se à pele, enquanto que aquele que não é, deixa de lhe aderir.
Magnetiza-se uma placa ou um disco de vidro soprando quente por cima e fazendo passes em sua superfície; faz-se também imposições, cercando o disco com os cinco dedos de uma das mãos, e colocando os cinco dedos da outra mão, reunidos em ponta ou em feixe. Magnetiza-se um bocal ou qualquer outro corpo oco, introduzindo nele uma das mãos aberta, de modo a sustentá-lo sobre a ponta dos cinco dedos, e com a a outra magnetiza-se por meio de passes. Magnetizam-se lunetas, colocando o polegar sobre os vidro e deixando-o aí apoiado por alguns instantes faz-se em seguida passes ao longo dos ramos, do centro para cada extremidade.
Do livro Magnetismo Curador - Alphonse Bué